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  • Foto do escritorFilippi Nuk'h

A audácia do criador: preservação das fronteiras e harmonia da parte com o todo

Toda a conquista é um compromisso assumido. Se assumimos um compromisso sem o devido zelo, é muito possível que possamos perder o que conquistamos. Há um conto célebre de Leon Tolstoi que conta a história de um homem ávido pela conquista. Foi dada a chance dele tomar posse de tudo aquilo em que ele pudesse colocar os pés, durante um determinado tempo. A ansiedade por conquistar novos terrenos e o descaso com o que foi recém-conquistado fez com que ele encontrasse a própria morte. De que adiantaria tantas terras conquistadas se ele mesmo não poderia usufruir?


O mesmo acontece com as terras latifundiárias: terras improdutivas, devastadas pelo mau uso. Se realizarmos uma leitura interiorizada das terras improdutivas, podemos entender que temos terras improdutivas quando temos posse de algo que não cuidamos com a devida atenção, como uma frigideira com o fundo arranhado, por exemplo.


Sabemos, por meio da sabedoria ancestral da Permacultura, que os terrenos inclinados, de cujas árvores foram cortadas para criação de pecuária, sofrem forte erosão pela ação do vento e principalmente da chuva. O resultado disso são extensões de terras com um terreno pobre ou inutilizado para produção agrária.

Mas em algum momento da história humana, alguém teve a audácia em criar um mecanismo que favorecesse o solo, ao perceber que algumas pedras acumuladas conseguiam barrar a queda natural da água. Essa pessoa teve o entendimento sobre o mecanismo cíclico da natureza e conseguiu ver um pouco mais a frente a ponto de, inclusive, improvisar, na utilização de galhos em locais onde não houvesse pedras, pois o princípio era o mesmo.


Da mesma forma, alguém quis aperfeiçoar esse mecanismo ao notar algo muito simples: que pequenos buracos em formato curvilíneos poderiam fazer com que a água escoasse melhor para dentro da terra, reduzindo o impacto do solo e aumentando a absorção do solo, o que é ideal para o nascimento da vegetação.

Assim o que antes era um problema fadado ao abandono tornou-se uma oportunidade para gerar confiança e prosperidade.


Os princípios funcionam quando conseguimos compreender a dinâmica da parte com o todo. O reaproveitamento daquilo que aparentemente está gerando problema com uma ação direcionada é uma importante chave para uma criação mais próspera e abundante não apenas para si, na colheita do que se quer, mas para animais, plantas e seres que se beneficiam do ecossistema equilibrado.


Sejamos criadores audaciosos por abundância!




Desafio: Observe detalhadamente esta foto, concentrando-se tanto nas partes quanto no todo. Cada parte está conectada ao todo. Se não tivermos firmeza com aquilo que pretendemos fazer, as partes ficarão soltas e sem sentido: o mato voltaria a crescer e o que foi construído seria apagado pela ação natural do tempo. Se houver firmeza no trato, as partes se alinharão com a ideia do todo que ofereceremos.


Se pudéssemos desenhar uma imagem representando a abundância em nossas vidas, como poderíamos influenciar as partes na direção do todo? Qual seria o esforço desempenhado para sustentar o todo que desejamos e queremos viver?

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